A COP30 em Belém: Expectativas e Desafios para o Futuro Climático

A Conferência das Partes (COP) é um evento crucial para discutir e implementar ações em relação às mudanças climáticas. Com a próxima edição marcada para ocorrer em Belém, no Brasil, as expectativas estão elevadas, especialmente após os desapontamentos da conferência de Baku, no Azerbaijão. Vamos explorar as oportunidades e desafios que a COP30 oferece, alinhados aos objetivos globais de contenção do aquecimento global.

O que é a COP?

A Conferência das Partes, ou COP, é o principal evento onde os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas se reúnem anualmente. Durante estes encontros, estratégias para mitigar as mudanças climáticas e discutir financiamento para a adaptação climática são centrais. A COP define como cada nação pode contribuir para limitar o aumento da temperatura global a 1,5º C, conforme estipulado no Acordo de Paris.

Expectativas para a COP30 em Belém

As expectativas em torno da COP30 aumentaram significativamente devido à insatisfação com a COP de Baku, que resultou mais em promessas do que em compromissos concretos. Um dos principais destaques foi o “prometido” aporte de US$ 300 bilhões por ano até 2035, oferecido por países desenvolvidos para ajudar na adaptação climática dos países em desenvolvimento. Contudo, esse montante ainda é insuficiente em comparação com os US$ 1,3 trilhões anuais que especialistas acreditam serem necessários para cumprir as metas do Acordo de Paris.

O Papel do Brasil na COP30

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, expressou seu desejo de que a edição brasileira da COP seja a “COP da implantação” dos acordos internacionais. A esperança é que os países com um histórico menos proativo definam um “mapa do caminho” para ações mais efetivas contra o aquecimento global.

Um fator adicional de preocupação é a possível influência do ex-presidente Donald Trump, que, caso retome o cargo nos EUA, poderá reverter compromissos climáticos, como a adesão ao Acordo de Paris. A posição dos Estados Unidos, como um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, pode impactar diretamente as negociações.

As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)

As NDCs são um aspecto importante da COP. Em Belém, os países terão a oportunidade de revisar suas metas, uma ação obrigatória a cada cinco anos segundo protocolos da ONU. O Brasil, buscando se destacar, divulgou uma NDC robusta, comprometendo-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) entre 59% e 67% até 2030, em comparação com a meta anterior de 53,1%.

O que Esperar da COP30?

A expectativa é que os mais de 50 mil visitantes que participarem da COP30 em novembro de 2025 tenham uma experiência enriquecedora nas cores e sabores da Amazônia. Contudo, a questão permanece: quais resultados concretos poderão emergir desse encontro em um cenário climático tão incerto?

Financiamento e Mercado de Carbono

O financiamento para ações climáticas foi um tema controverso na COP de Baku e deve voltar a ser abordado em Belém. Um dos instrumentos financeiros discutidos é o mercado de carbono regulado. O Brasil já tomou iniciativas nesse sentido, sancionando a lei que institui o Sistema Brasileiro de Comercialização de Emissões, uma ferramenta que pode oferecer novas oportunidades para o país se posicionar no contexto global.

O Desmatamento e as Metas Brasileiras

O estado do Pará, conhecido por altas taxas de desmatamento, está se esforçando para se antecipar a críticas. Recentemente, o estado aprovou um plano de carbono neutro, que inclui ações como rastreamento do rebanho bovino e a restauração de áreas desmatadas.

Conclusão

Com investimentos de R$ 4,7 bilhões em infraestrutura, o Brasil se prepara para receber a COP30 com grandes expectativas. A nação, com sua rica tradição em diplomacia ambiental, está posicionada para liderar compromissos significativos em relação às mudanças climáticas. Que a COP30 não apenas promova diálogos, mas também leve a ações concretas que façam diferença para a humanidade e para o planeta.

Resumo

  • A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, expressou seu desejo de que a edição brasileira da COP seja a “COP da implantação” dos acordos internacionais.
  • O Brasil, buscando se destacar, divulgou uma NDC robusta, comprometendo-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) entre 59% e 67% até 2030, em comparação com a meta anterior de 53,1%.
  • O Brasil já tomou iniciativas nesse sentido, sancionando a lei que institui o Sistema Brasileiro de Comercialização de Emissões, uma ferramenta que pode oferecer novas oportunidades para o país se posicionar no contexto global.
Sumário
Compartilhe:
Artigos Relacionados

Busca